Quem um dia iria imaginar que ao dormirmos, somos levados para um universo paralelo, onde há guerra entre uma civilização muito avançada e invasores cruéis. Uma vez lá, nossos corpos são apenas sombras adormecidas no meio dos entulhos dessa guerra. O garoto — e nosso protagonista — não sabia que aquilo era real, e mesmo que soubesse não teria tempo para explorar aquele universo fantástico, pois sua mãe tinha acabado de acordá-lo para ir à escola.
Era mais um dia como todos os outros, exceto por um detalhe peculiar. Um dos copos novos, que a mãe do garoto comprou na lojinha da esquina, na verdade era o lar do imperador imortal que teve sua alma partida e aprisionada em vários objetos há muitos séculos. Cada um dos objetos foi destruído pelos “Guardiões da Ordem Natural”, uma sociedade secreta que mantêm fenômenos sobrenaturais sobre controle. Porém, os guardiões perderam um dos fragmentos desses objetos que foi parar na matéria prima usada para fazer aquele simples copo de vidro. Quem tomasse qualquer bebida nele seria possuído pelo maligno imperador. Isso teria acontecido com o nosso protagonista, se ele não tivesse quebrado o copo acidentalmente enquanto o enchia com suco de laranja.
O garoto, que tinha apenas 11 anos, ia para a escola todas as manhãs acompanhado pela mãe. Eles, quase sempre, faziam o mesmo caminho, porém o anjo da guarda do menino, em algumas ocasiões, desviava os passos do menino com a mãe para caminhos seguros. Mas naquele dia o anjo teve que combater um terrível inimigo e deixou seu protegido aos cuidados da mãe.
A caminho da escola, o garoto viu a casa abandona do bairro, no entanto ela estava pintada de vermelho, “talvez seja coisa da minha cabeça”, pensou “podia jurar que era verde”. Ele não sabia disto, mas a casa foi destruída por uma nave alienígena, e o que o nosso protagonista viu, na verdade era um disfarce holográfico de seres extraterrestres que não enxergavam cor.
Na escola, o garoto copiava a matéria da lousa sem saber que no dia anterior, à 200 anos luz, em uma zona do espaço, uma frota de agentes espaciais cumpriu a missão de destruir uma facção de criminosos que planejavam destruir toda a vida inteligente de um planeta para roubar os recursos naturais. A missão foi um sucesso, porém durante o conflito, os criminosos disparam uma rajada lazer do canhão especial contra a nave dos agentes, que conseguiram se desviar. O disparo viajou a uma velocidade muito superior à da luz e percorreu um longo caminho até acertar a nave de contrabandista espaciais daltônicos, que caiu em cima de uma casa verde abandonada.
Durante o recreio, o garoto despedia-se do seu coleguinha, que estava se mudando para a Argentina com a família. O motivo da mudança — pelo menos o verdadeiro motivo — era que pais do seu amigo eram espiões russos que se escondiam nos países latinos.
Na hora do almoço, quando voltava para a casa, o garoto não viu o bueiro enquanto atravessava a rua. Talvez ele tivesse reparado, mas fingiu que não, afinal o que aconteceu lá era um fenômeno que não ocorria desde tempos imemoriais. Nem eu acredito direto se realmente aquilo aconteceu. Acho melhor não comentar e continuar com o nosso protagonista.
Quando chegou em casa, ele almoçou, fez a lição de casa e leu uma história em quadrinhos de ficção cientifica que seu pai tinha comprado. A história do gibi falava sobre viagem no tempo. Coincidentemente naquele momento, o vizinho do garoto tinha acabado de voltar para o presente, depois de entrar num portal temporal naquela manhã, que o levou a eras medievais com feiticeiros e dragões. Lá ele viveu grandes aventuras até um mago apagar a memória dele e o devolver ao seu tempo de origem.
No fim do dia, o garoto não sabia se ele era apenas um personagem de um conto, não que isso fosse uma preocupação, pois ele queria apenas dormir e voltar para aquele universo paralelo com tecnologias avançadas e ver desfecho da história naquele universo fantástico.
Fim.